quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Estrada

Queria poder ir embora. Pegar a estrada...qualquer uma. Ir sem destino... pra qualquer lugar... bem longe de mim. Deixar tudo pra trás... tudo mesmo. Fugir um pouco da vida. Esquecer de mim. As vezes...só as vezes...queria esquecer de quem sou.

terça-feira, 31 de maio de 2011

O velho.

Um velho parou ao meu lado e disse:
- Levante a cabeça rapaz. Não fique triste... as estrelas brilharão esta noite.
É só mais um doido, pensei. Desses que ficam por aí dizendo coisas sem sentido. Levantei-me e já ia saindo quando o velho disse novamente:
- Não esqueça, as estrelas brilharão esta noite.
Não dei atenção e segui caminhando.
Era quase fim de tarde e percebi que o céu estava nublado e uma brisa fresca balançava as folhas das árvores. Conforme a noite caía as nuvens iam se dissipando despindo o céu da noite até ser possível contemplar sua completa nudez. Lembrei-me imediatamente do velho na praça e de suas palavras.
Saí para uma caminhada no dia seguinte, precisava espairecer.
Passei pela praça e vi caminhado em minha direção o tal velho. Tinha um sorriso gentil na face. Não retribuí o sorriso, não queria fazer contato, já estava ocupado demais com minha própria vida, lamentando minhas frustrações.
Baixei minha cabeça fitando o chão enquanto caminhava para evitar contato visual. Quando nossos caminhos se cruzaram apenas ouvi a voz do velho dizendo:
- Hoje à noite... as estrelas...não esqueça.
Passei sem dar atenção. Mais uma vez esse papo de estrelas. E como disse, minha cabeça já andava ocupada demais.
A tarde passou e seguiu-se uma noite fria e nublada. O velho havia errado dessa vez.
Por alguma razão, eu quis voltar à praça nessa noite.
Retornei. Não havia sinal do velho.
Apenas me sentei num banquinho e fiquei com meus pensamentos.
Sem que eu percebesse, alguém sentou ao meu lado. Era o velho.
Ele ficou lá sentado sem dizer uma palavra, olhando para o céu.
Ficamos assim, calados, durante vários minutos.
Depois de um tempo, resolvi dizer:
- Você errou dessa vez.
Sem retirar os olhos do céu ele me respondeu:
- Sobre o quê?
- As estrelas... não as vejo brilhar esta noite.
Então o velho olhou-me nos olhos e com aquele mesmo sorriso gentil de antes disse:
- Você não as vê agora, mas elas estão lá. E continuam brilhando. Dia após dia, noite após noite, não importa o que aconteça.
Com um brilho pacífico no olhar o velho se levantou e antes de ir disse, já de costas:
- Elas estão lá, brilhando... sempre. As nuvens que vê agora são passageiras.
Enquanto o via indo embora, pensava em suas palavras. Estava intrigado. O que ele havia acabado de me dizer?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ser ou não ser...

Há momentos na vida em que paramos para refletir sobre quem somos, sobre qual nosso papel nesse caótico cotidiano.

Nos importamos demais com as opiniões alheias e seus julgamentos e não percebemos como isso tudo nos molda. Perdemos a consciência de nosso próprio ser.

Não somos o que os outros pensam, somos somente o que somos. Somos o que pensamos, somos os nossos valores, somos os princípios que seguimos.

Mas e quando parece não haver valor em nossos princípios? Passamos a vida acreditando e seguindo o que achamos ser certo, o que julgamos ser o melhor pra nós...

...e como um balde de água fria a vida te mostra que tudo em que acreditava, tudo que vc é...não possui valor algum.

Toda sua estrutura de crenças e valores começa a ruir.

O que fazer então?

Será que devo me deixar levar por essa correnteza e construir novas estruturas sob novos padrões, mesmo que estes não sejam considerados tão dignos do meu ponto de vista?

Então...o que fazer?

Ser ou não ser?

terça-feira, 15 de junho de 2010

E assim foi...

Uma parte de mim morreu hoje!

Vi a luz se apagar...
Vi a porta se fechar...

Tudo assim, tão rápido.
Tudo assim, num tão breve momento.

É...o que posso dizer?
Somente assim...mais uma vez...

Uma parte de mim morreu hoje!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tarde de outono.

Era um domingo,
Um dia bonito e ensolarado mostrava sua face.
Saí do trabalho e decidi dar uma volta na praia.
Foi uma semana bastante difícil, minha cabeça estava cheia e bastante confusa, envolta em minhas próprias frustrações e decepções.
Precisava colocar as idéias no lugar...respirar...

A praia estava cheia e havia muita gente na orla.
É incrível...tantas pessoas envolta...e eu tão solitário...

Caminhei pela orla a passos lentos...sem pressa...sem destino...
...apenas caminhava.

Me permiti então estar presente naquele momento...naquele momento.
Deixar um pouco o passado para trás e esquecer minhas decepções recentes...esquecer as frustrações daquilo que poderia ter sido...e não foi.

Comecei a observar o cenário ao meu redor...
Como eu disse, era um dia bonito.
Brilho do sol...céu azul...

Ouvia o som das ondas na praia enquanto observava as pessoas...
Uns passeavam de mãos dadas, outros faziam uma caminhada solitária;
Havia gente se exercitando, crianças correndo, pessoas trabalhando...
Pessoas riam alto enquanto bebiam com os amigos nos quiosques, outras conversavam moderadamente com seus companheiros e algumas apenas aproveitavam o dia, caminhando a sós.

Fiquei imaginando qual seriam seus pensamentos naquele momento.
Será que estariam tristes...felizes...ou apenas confusas.
Então comecei a olhar para as pessoas e imaginar quais seriam suas maiores alegrias...suas maiores decepções...suas mágoas...
É...cada um com suas próprias experiências.

Nesse momento percebi que não estava tão só assim...

Já me sentia um pouco melhor.

Eu não era o único...não era uma exceção...
Cada um carregava suas próprias cicatrizes.

Acho que é isso o que nos faz humanos.

...

Era só um domingo...
...uma bela tarde...
...uma tarde de outono.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Onde estão as cores?

Hoje acordei...e o mundo estava diferente.
Não havia luz, não havia vida.
Tudo era uma aquarela descolor.
Como pode?
Logo eu, que sou de apreciar a beleza nos pequenos detalhes.
Nada mais me fazia sentido...toda a beleza se fora...assim....de repente.
O sol já não brilhava mais.
A música já não tocava mais.
Não havia um refúgio pra mim. Nenhum sequer.

...

Mas tenho consciência de que o caminho continua, de que a trilha não acaba aqui.
Sei que tenho de ser forte, mesmo com o peito apertado.
Sei que tenho de seguir em frente...mesmo com o coração partido!!
Sei também que não dá pra ser forte o tempo todo.

...

Me resta buscar dentro de mim a força.
Me resta buscar dentro de mim a solução.
Me resta, ainda que trôpego, continuar em frente.
Me resta a esperança de em algum momento...enxergar...
...ainda que só num vislumbre...aquela luz no fim do túnel.

...

Quem sabe?...
Quem sabe, as lágrimas que tanto lavaram meu rosto cessem...
Quem sabe, a música volte a tocar...
Quem sabe, eu possa ver novamente o azul...o verde...o vermelho...
Quem sabe...algum dia...em algum lugar...

...

É...

Quem sabe?!